segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

DICA DE LIVRO

 

Entre Tramas, Rendas e Fuxicos

Com fôlego enciclopédico, o livro tem a marca do ineditismo: nunca o ofício do figurinismo da TV brasileira foi estudado com tamanha ambição e profundidade. Apoiado em incomparável acervo iconográfico, a obra traz 400 páginas recheadas com mais de 200 deslumbrantes fotos de cena e de personagens, além de uma rica seleção de croquis, projetos originais de figurinos, pedidos de costura e imagens de materiais cedidos por profissionais que atuam ou atuaram na criação de indumentárias para a ficção.
 
 
Editora: Globo
Autor: PROJETO MEMORIA DAS ORGANIZAÇÕES GLOBO
Ano: 2008
Edição: 1
Número de páginas: 400

PEDIDO DE FIGURINO

ACERVO DE FIGURINO: PROJAC - REDE GLOBO



O acervo do Projac, a central de produção da Globo em Jacarepaguá, tem mais de 100 mil itens, usados o tempo todo por cada núcleo da emissora. Fora isso, a equipe da costura, com 50 pessoas - que podem virar 100 em épocas mais trabalhosas -, produz 1.500 peças únicas por mês. Cada novela tem, em média, cinco mil peças de roupas. Se imaginarmos que uma grande escola de samba produz em média quatro mil fantasias por ano.




  Dezenas de ventiladores gigantes e um sistema de controle de umidade garantem a conservação das roupas, que ficam em uma área de 1.800 metros quadrados. Há de tudo: desde camisas e calças simples, gravatas de todos os tipos e fantasias de Papai Noel a vestidos de época, roupas de astronauta e figurinos espalhafatosos da linha de shows. As araras são separadas por cores, estilo de roupa e década, para facilitar a pesquisa dos figurinistas. O acervo está todo arquivado em um sistema informatizado, e todos os croquis são guardados a sete chaves. a dos figurinistas. O acervo está todo arquivado em um sistema informatizado, e todos os croquis são guardados a sete chaves.

 
Cada programa tem à disposição, além do acervogeral, um acervo cativo, só seu, até que ele saia do ar. Quando isso acontece, as peças passam para a atração seguinte. O desafio: não deixar que o público perceba que aquelas roupas já foram usadas antes. 



 Há muitos casos em que as roupas do acervo não servem, principalmente quando precisam ser muito específicas - como as de época, as eclesiásticas, as fardas de militares e os vestidos de noiva. Aí, entram em cena os costureiros do Projac, que pretendem aumentar a produção de 1.500 para 2.500 peças únicas por mês. Haja alfinete.



Fonte: ASPECTOS SEMIOLÓGICOS DA INDUMENTÁRIA DA POPULAÇÃO DE RUA CARIOCA – DESCONSTUINDO OS PARADIGMAS
 http://www. redeglobo.globo.com/...projac/.../direto-do-projac-figurinos-sao-organizados-por-epoca-no-acervo.html


 
 

DICA DE LIVRO

Figurino: uma experiência na televisão

Resultado da tese de mestrado de Adriana Leite no Departamento de Design da PUC/Rio, Figurino: uma experiência na televisão investiga o significado do figurino das telenovelas a partir de seus aspectos sociais e culturais e de sua inserção no mundo do espetáculo. Ilustrado com fotografias de Lisette Guerra, é o primeiro trabalho de pesquisa empreendido por uma figurinista com experiência em teatro, cinema e televisão, que busca explicar o modo decisivo pelo qual os trajes – erradamente vistos como simples acessórios – colaboram para tecer o andamento da trama e a compor a imagem que emerge das cenas.

* Editora: Paz e Terra
* Autor: ADRIANA LEITE & LISETTE GUERRA
* Ano: 2002
* Número de páginas: 228

HISTÓRIA

ASPECTOS SEMIOLÓGICOS DA INDUMENTÁRIA DA POPULAÇÃO DE RUA CARIOCA – DESCONSTUINDO OS PARADIGMAS
Na Europa, o figurino é uma descoberta do final do século XIX, quando, pela primeira vez, as peças apresentaram personagens vestidas de acordo com as circunstâncias históricas e conforme as fantasias do encenador ou da equipe de criação.
Hoje o figurino também é um fator importante de abstração e tem um significado incerto e poético no espetáculo. Pois, por meio dele cria-se uma linguagem de formas, cores e texturas, informa-se a época, a situação econômica, política e social, indica-se a região e a estação climática, evidencia-se a cultura, o estilo da personagem e o aspecto psicológico, enfim, os elementos necessários para transmitir ao espectador o sentido do espetáculo e as relações entre as personagens. 
George Bigot na sala de figurinos do Thêátre du Soleil, durante o ciclo de Shakespeare, 1982. (Photo: Martine Franck)
ASPECTOS SEMIOLÓGICOS DA INDUMENTÁRIA DA POPULAÇÃO DE RUA CARIOCA – DESCONSTUINDO OS PARADIGMAS"O figurino começou a receber seu devido valor na década de 1930, com os modernos conceitos de teatro que se aportam no Brasil pela mão de amadores, como Alfredo Mesquita, Décio de Almeida Prado e os Comediantes do Rio de Janeiro".
Fonte: ASPECTOS SEMIOLÓGICOS DA INDUMENTÁRIA DA POPULAÇÃO DE RUA CARIOCA – DESCONSTUINDO OS PARADIGMASMUNIZ, Rosane. Vestindo os Nus: O figurino em cena. Rio de Janeiro: Senac Rio, 2004, p.23. 

FAUSTO VIANA

Professor livre-docente, cenógrafo, figurinista e diretor teatral. Formado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, onde também cursou seu mestrado e doutorado. Fez cursos de especialização em direção teatral nas Universidades de Harvard, Yale e na New York University. Foca seus trabalhos de pesquisa nos aspectos visuais do espetáculo, bem como em sua conservação, através de um doutoramento em museologia. Em 2005, conduziu os trabalhos de Catalogação dos Trajes do Theatro Municipal de São Paulo, com o patrocínio da Fundação VITAE. É professor da ECA USP, mas já exerceu atividades didáticas na área de cenografia na Universidade São Judas, no Centro de Estudos da Moda da USP, no Teatro Escola Macunaíma e na União Cultural Brasil Estados Unidos.

As Tramas do Café com Leite



Fonte: http://farm4.static.flickr.com/3560/3513987145_c933cd605e.jpg

DICA DE LIVRO



O Figurino Teatral e as renovações do século XX – Um Estudo de Sete Encenadores resgata o trabalho de criação de trajes cênicos de sete encenadores do século XX que de alguma maneira contribuíram para a renovação dos padrões de interpretação teatral. Adolphe Appia (suíço que ainda muito jovem decide mudar as formas de encenação contemporâneas), Edward Gordon Craig (inglês que decidiu renovar a cena teatral moderna no final do século XIX), Konstantin Stanislavski (criou um sistema de representação para atores que é utilizado na maior parte das escolas de teatro do mundo), Max Reinhardt (de origem austríaca, fez empreendimentos de qualidade em espaços não convencionais para o teatro), Antonin Artaud (francês que propôs novas formas de interpretação), Bertolt Brecht (teórico e encenador alemão) e Ariane Mnouchkine, diretora francesa que ainda dirige o Thêátre du Soleil.
Para saber mais acesse: www.estacaoletras.com.br

Editora: Estação das Letras
Autor: FAUSTOLO VIANA
Ano: 2010
Edição: 1
Número de páginas: 296

    domingo, 12 de dezembro de 2010

    SEDUÇÃO: SENSUALIDADE A FLOR DA PELE

    Moulin Rouge - Amor em Vermelho

    título original: (Moulin Rouge)
    lançamento: 2001 (EUA)
    direção:Bazmark Luhrmann
    duração: 126 min
    gênero: Musical
    figurino: Angus Strathie

     Fonte: http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTpJbcPiBARUIpuH1VQi9b4MnnYy8CeDSP-dmMOownX1h6x0fz1Ig 

                 www.adorocinema.com/filmes/moulin-rouge/

    COSTUMES E MORAL: Gueixa: traje representativo da cultura japonesa

    Memórias de uma Gueixa

    título original: (Memoirs of a Geisha)
    lançamento: 2005 (EUA)
    direção:Rob Marshall
    atores:Zhang Ziyi, Ken Watanabe, Michelle Yeoh, Youki Kudoh.
    duração: 145 min
    gênero: Drama
    figurino: Colleen Atwood

    Fonte: http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSrImbLjxyhBj_HmXb-rlzFR-grc0qcJOfG-F_UtS-KbFq8OzNt

    www.adorocinema.com/.../memorias-de-uma-gueixa/

    FUNÇÃO OFÍCIO: UNIFORME MILITAR

    Top Gun - Ases Indomáveis

    Título original: (Top Gun)

    lançamento: 1986 (EUA)
    direção:Tony Scott
    atores:Tom Cruise, Kelly McGillis, Val Kilmer, Anthony Edwards.
    duração: 109 min
    gênero: Aventura
    status: Arquivado

    Fonte: data:image/jpg;base64,/9j/4AAQSkZJRgABAQAAAQABAAD...
                www.adorocinema.com/filmes/top-gun/

     

    O FIGURINO E SUAS FUNÇÕES


    Na vida cotidiana, o traje pode assumir as três funções principais mencionadas acima: proteger o corpo, escondê-lo e enfeitá-lo. A primeira função, dominante e utilitária, responde a obrigações naturais ou profissionais: proteção contra o rigor do clima e os riscos de certos ofícios. A segunda função resulta de convenções, dos costumes e da moral. A terceira função, ligada à precedente, diz respeito a um domínio distinto: a sedução e a identificação têm uma conotação moral, uma referência de ilusão, e indicam um ato de busca e conquista.
    Primeira Função: Ofício.
    Segunda Função: Costumes e Moral.
    Terceira Função: Sedução.
     

     

     

    DENOMINAÇÕES DO FIGURINO

    São várias as denominações usadas pelos profissionais da área que trabalham com figurino: traje, indumentária e vestuário. Mas é importante ressaltar que cada uma delas tem seu significado básico que as diferem umas das outras:

    Slide 2
    Indumentária: todo vestuário de uma determinada época e povo.
    Ex: Traje de época anos 1910.
    Vestuário: um conjunto de peças de roupas que se veste.
    Ex: Roupa de gala.
    Traje: vestuário habitual, vestes.
    Ex: Traje de um carteiro.
    Figurino:traje usado por uma personagem na sua caracterização.
    Ex: Figurino de Doroth no musical “ O Mágico de Oz”.

     

     

     

    ARTESÃO DO TEATRO

     Gianni Ratto
    Diretor, cenógrafo, figurinista, autor, tradutor, pesquisador, fundador de grupos e teatros brasileiros, professor de atores e cenógrafos em universidades de diversos estados, Gianni Ratto chegou ao Brasil em 1954, convidado pela atriz Maria Della Costa, e por aqui ficou. Nascido na Itália, lá realizou inúmeros e bem-sucedidos trabalhos em todos os setores do espetáculo, da dramaturgia à música.





    Ponto de Partida estreou em 26 setembro de 1976 em São Paulo, no teatro Tahib. Excetuando Me dá o Mote, mais recital do que peça. A cenografia e os figurinos eram do Gianni Ratto.

     Gianni Ratto, Martha Overbeck, Fernando Peixoto e Othon Bastos

    Fonte:www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27139/tde-05072009.../405700.pdf
              http://vestindoosnus.com.br/figurinistas/gianni-ratto.htm 
            http://bernardoschmidt.blogspot.com/2010/10/ponto-de-partida-de-gianfrancesco.html

    MUSICAL : "A BELA E A FERA".

    Aqui ficará visível a importância que se dá ao figurino porque  vestir-se envolve uma norma primária estabelecida pela civilização. Seja por pudor, por adorno e/ou proteção, o ser humano se veste e se desnuda para atender às tradições de sua cultura. A roupa não serve apenas para protegê-lo do frio, mas ela possui símbolos, códigos, convenções de status, comportamento, sentimentos, identificação de grupos e posições ideológicas, que define o traje.  Afinal, além da lógica do valor de uso da indumentária, a roupa não se limita somente a estas funções (proteção, pudor ou adereço), ela também pressupõe “ornamentação” e "embelezamento", ganhando uma nova categoria a qual chamamos de “figurino”. Um dos meus preferidos é o do musical  "A Bela e a Fera"(SP, 2010). Inspirado no livro original, musicais da Broadway e no livro e filme de JEAN COCTEAU, com direção do italiano BILLY BOND, considerado o maior diretor de musicais em atividade no Brasil.
    Designer de Figurinos: Roger de Vitto, Isabela Telles e Edson Braga.




     
    Fonte: http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTja2y466gTMXRwjl_o6ho9eEk6L_iAkm_cE5kdCd3mpfWMDAI1

    Conceitualização do termo


    Antes de considerar o grau de importância do elemento figurino, é preciso começar definindo-o. Para mim, que trabalho há mais de dez anos criando e produzindo figurinos, ele é chamado de traje, que é usado por um ou mais personagens de produções artísticas, independentes de sua linha (teatro, dança, cinema, musicais, entre outros.).
    Para que haja uma melhor compreensão na abordagem que será feita sobre o elemento figurino, segue a definição de alguns estudiosos para o termo:

     
    O FIGURINO – também chamado vestuário ou guarda-roupa – é composto por todas as roupas e os acessórios das personagens, projetados e/ou escolhidos pelo figurinista, de acordo com as necessidades do roteiro e da direção da película e as possibilidades do orçamento. O vestuário ajuda a definir o local onde se passa a narrativa, o tempo histórico e a atmosfera pretendida, além de ajudar a definir características das personagens. 
    COSTA, Francisco Araújo da. Análise filmica – o figurino como elemento essencial da narrativa. Sessões do Imaginário. Porto Alegre, nº 8 (agosto). Semestral. FAMECOS/PUCRS, 2002, p.38.


    [...] é um traje ‘mágico’ - um traje que possibilita, por um tempo, o ator ser outra pessoa. Como a capa de Próspero, que concentrava seu poder sobrenatural sobre os ventos e os mares. A roupa do ator, ajuda a concentrar o poder da imaginação, expressão, emoção e movimento dentro da criação e projeção do caráter do espetáculo.
    CUNNINGHAM, Rebecca. The Magic Garnment. Principles of Costume Design. Nova York: Congman, 1984, p.01.


    Com base nas definições acima, é coerente compreender que o figurino é mais do que um simples traje, mais que uma roupa, pois ele possui uma bagagem, um repertório, um conjunto de mensagens implícitas visíveis e que não ultrapassa o limite sobre todo o panorama do espetáculo, além de possui funções específicas dentro do contexto e perante o público, ora com grau maior, ora menor.
    Como vestuário, ele passa a ser compreendido como um conjunto de trajes e acessórios ornamentais, que plasticamente reveste e se articula ao corpo humano, podendo "dizer" ou "significar", inclusive, o que a palavra, muitas vezes, omite ou não consegue expressar por seus recursos inerentemente característicos de representação. Se no cotidiano, como salienta Umberto Eco, “O hábito fala pelo monge, o vestuário é comunicação, além de cobrir o corpo da nudez, ele tem outras finalidades” [1]. No espetáculo ele é capaz de criar reis, bandidos, mulheres do povo, ninfas e deusas, tudo o que a imaginação desejar. 


    [1] ECO, Umberto. SIGURTÁ, Marino. ALBERONI, Francisco. DORFLES, Gillo. LOMAZZI, Giorgio. Psicologia do Vestir. Lisboa: Assírio e Alvim,1989, p.71. 3ª. edição.